Nos dias que correm, escolher um restaurante para uma refeição chega a ser mais complexo que escolher a próxima série no Netflix. Primeiro é preciso perceber o propósito da refeição. É entre amigos de longa data? Date? Negócios? Família? As hipóteses não acabam e isso dita tudo sobre o “estilo” de restaurante (ou refeição) em que pretendemos apostar. Mas depois disso vem outro dilema, esse mais complexo. É que até conhecemos centenas e centenas de restaurantes, mas agora, para o propósito, embora saibamos que há mil e uma hipóteses, não nos ocorre absolutamente nenhuma! Acho que deviam inventar uma app para isso…
Agora, a verdade é que bem comer não está limitado a um restaurante fancy ou a uma tasca tradicional. A experiência gastronómica pode ser incrível em qualquer tipo de estabelecimento, independentemente do preço, conceito ou popularidade no Instagram.
Já todos passámos por isso: uma refeição fabulosa num restaurante de luxo onde cada prato é uma obra de arte, servida com uma apresentação impecável e acompanhada por um vinho de fazer chorar. Saímos de lá a pensar “valeu cada cêntimo”. Mas também há o lado oposto – um sítio incrível onde as expectativas são para cima de altas, mas a comida chega sem alma e o serviço deixa a desejar. Resultado? Uma grande desilusão e a carteira mais leve.
Por outro lado, há aquelas tascas e pequenos restaurantes de bairro que, à primeira vista, não prometem absolutamente nada. Mesas de madeira simples, uma decoração que não mudou nos últimos quarenta anos e é o dono a servir à mesa. Mas, amigos, a magia está nos pratos: receitas caseiras, cheias de sabor e feitas com aquele toque especial que só a experiência e a tradição podem dar. Quantas vezes saímos desses lugares com um sorriso de orelha a orelha, a barriga cheia e o coração reconfortado? E quantas histórias estão preservadas nesses sítios? Temos um país rico destas “Tascas” incríveis, umas já um pouco modernizadas, outras nem tanto, mas há tanta boa comida em sítios desconhecidos…
Não podemos esquecer os food trucks e mercados de rua. Às vezes, as melhores experiências gastronómicas vêm de um simples carrinho de comida onde se fazem os melhores hambúrgueres ou tacos que já provámos (Muitas vezes, e temos de assumir isso, o resultado do incrível sabor vem mesmo da fome á saída da discoteca e provavelmente de dia aquilo não é nada de jeito…).
Portanto, a arte de bem comer está em estar aberto a todas as experiências. Não importa se o restaurante tem a porta forrada a estrelas Michelin ou se é uma tasca escondida numa rua estreita com uma entrada em que nos temos de baixar. O que importa é a qualidade dos ingredientes, a habilidade do cozinheiro e, acima de tudo, a companhia e o momento que partilhamos à mesa.
Às vezes temos aquela sensação de que uma refeição de 50 euros parece mais barata do que uma de 20. Isso acontece porque a qualidade e a experiência global podem superar o preço. Pagar um pouco mais por um prato excecional, um ambiente acolhedor e um serviço de excelência, ou seja uma experiência, pode fazer com que sintas que valeu cada cêntimo. Por outro lado, gastar menos num sítio que não oferece uma experiência satisfatória pode parecer um desperdício, mesmo que a conta seja consideravelmente mais baixa.
Em suma, amigos, a próxima vez que te encontrares naquele dilema de “onde vamos jantar?”, lembra-te: as melhores refeições podem ser encontradas nos lugares mais inesperados. A verdadeira arte de bem comer está em explorar, experimentar e desfrutar de cada momento. Porque, no fim das contas, a vida é demasiado curta para más refeições, e as boas experiências gastronómicas estão à espera em cada esquina.
Ah, e escolham bem o vinho, estamos num país com vinhos incríveis a bons preços, não há desculpa para beber “uma coisa qualquer” ok?